Uma aurora lavada de chuva

algumas estrelas sonolentas

ainda brilhando no azul matinal

café fresquinho, com açucar

flores orvalhadas na jarra

toalha de linho branco

colibris chegando

teu sorriso na janela

brilhando....brilhando...

Mariza Alencastro

Olhar o céu

e saber que você olha

as mesmas estrelas

que eu

e que talvez, apenas

talvez

esteja pensando em

mim

£una

Saudades são como flores arrancadas...

murcham e despetalam-se

não adianta trocar a água do vaso

£una

Eu não queria mais fazer poesia

tranquei as palavras numa gaveta,

e fui dormir.

Acordei com um monte de poemas sentados na minha cama

mariza alencastro

Queria fazer um verso triste

pungente, amargurado

desses que fazem os olhos marejarem

e o coração bater impaciente.

Mas...

a tarde está tão linda !!!!

£una

Meus sonhos são feitos de nuvens

de nuvens e ventos delirantes

escoaçam sobre os telhados

e batem portas...fecham janelas

sobem escadas imaginárias,

depois se diluem no infinito

entre as estrelas incendiárias

£una

Não me importa

Não me importa saber onde você mora

quanto você ganha

em que você trabalha

Importa saber

se vai comigo, até onde eu pretendo ir...

£una

Ficar assim suspensa

Ouvindo o oceano

O vai e vem ritmado das ondas

Em dueto com o canto triste

Das gaivotas...

Ficar assim

Entre o céu e o mar profundo

Como se nada mais existisse

Nesse mundo...

£una

Eu quando estou triste

Não tento superar,

Não me esforço pra ver passar,

Simplesmente encaro a tristeza

Sento-me com ela

bebo com ela,

e vivo aquele momento.

A vida não é feita só de alegrias !!

£una

eu te amo quando estás assim

silencioso, olhar perdido nas montanhas

e a quietude é toda nossa, o céu é nosso

e do voo ligeiro da andorinha...

£una

Brumas

Descem as brumas.

Da minha janela, mal

vejo o mar

só ouço o rugido das

ondas vagas

batendo nas pedras

do quebra-mar...

£una

A esperança é verde

mas não sei a cor da saudade

sei apenas do seu cheiro,

meio cravo, meio canela

e a cor das laranjas maduras

e o lilás dos poentes

Também não sei a cor da verdade

mas o sonho eu sei, 

era todo azul...

£una

Não tente me prender

eu não quero raízes

quero asas...

£una

São estas coisas assim tão comuns

como um luar entrando pela janela

tecendo uma renda no chão

um sopro do vento que apaga a vela

a batida do coração

a leveza de uma tarde onde não houve nada

nenhuma cigarra cantou

e o muro continua sozinho, 

agarrado à hera que sobe do chão...

£una

Quando noto que estou sonhando demais

me belisco....acordo....e vou cuidar da vida

£una

Atavismo

Eu canto uma canção pra te embalar

na manhã luminosa de verão

há doçura no ar, no céu, na luz do dia

respingos de nostalgia

restos de emoção

e eu canto a te embalar, e nos teus olhos

brilham vagas  estrelas de outras eras...

£una

São estas coisas assim tão comuns

como um luar entrando pela janela

tecendo uma renda no chão

um sopro do vento que apaga a vela

a batida do coração

a leveza de uma tarde onde não houve nada

nenhuma cigarra cantou

e o muro continua sozinho, 

agarrado à hera que sobe do chão...

£una

Gélida manhã

Que o meu grito não te acorde

nem as palmeiras

nem a musica do vento

que passa levantando as areias.

Que não te acorde o meu lamento

que vem das profundezas do mar

como as ondas sonoras  que atravessam

o que não há...nem o ar...

nem a gélida manhã cheia de adeuses

e melancolia...

£una

Cheguei com meu coração partido

e ele disse:

deixe aqui que eu conserto....deixei

£una

Sabe aqueles pontos de luz na grama?

 São lantejoulas que o sol derrama...

 __________________£UNA

São estas coisas assim tão comuns como um luar entrando pela janela tecendo uma renda no chão um sopro do vento que apaga a vela a batida do coração a leveza de uma tarde onde não houve nada nenhuma cigarra cantou e o muro continua sozinho, agarrado à hera que sobe do chão... £una

Sabe aqueles pontos de luz na grama?

são lantejoulas que o sol derrama

£una

Deslumbramento 

Eu me deslumbro fácil

uma flor....uma gota de orvalho

o inesperado risco do amanhecer

o silêncio da alvorada.

um rio de ouro que escorre pela montanha

a estrela que acende de repente

no canto do teu sorriso

todo esse amor que tenho pra te dar...

Mariza Alencastro

Solidão

Quem tem olhos vazios de luar

e não semeia flores pelo chão

quem veda a claridade e preza a escuridão

sem sonhos de sonhar , sem nostalgia

nenhuma paz há de emprestar-lhe o dia

onde vagueia  imerso  em solidão...

Mariza Alencastro

Descem as brumas.

Da minha janela, mal

vejo o mar

só ouço o rugido das

ondas vagas

batendo nas pedras

do quebra-mar...

£una